Alta, magra, independente, 39 anos, solteira e com a a carreira na melhor fase. Foram essas as palavras que eu escolhi para começar a contar sobre Fernanda, personagem da super Mônica Martelli no filme “Os Homens São de Marte… E É Pra Lá que Eu Vou“.
Dizem que uma peça de teatro sempre nos encanta mais do que um filme. Quando a peça “Os Homens São de Marte… E É Pra Lá que Eu Vou” estava sendo apresentada no Bourbon Country, há muito tempo atrás, infelizmente, não tive a oportunidade de ver Mônica Martelli dando um show em cima do palco. Acredito que tenha sido até por preguiça de comprar ingresso. Que burrice a minha!
E também, que sorte quando o teatro virou filme. A única coisa que não estava colaborando comigo era o tempo. Não me refiro as condições climáticas, e sim, aos horários preocupantemente cheios por conta de provas e trabalhos de fim de semestre.
Não sou a melhor pessoa para fazer comentários técnicos a respeito de um filme brasileiro, até porque, sou só uma pessoa como todas as outras que estavam sentadas em uma poltrona de cinema se descontraindo com uma comédia. E que comédia! Minhas expectativas foram superadas e confesso, sai do shopping com uma vontade imensa de mudar a maneira como eu vejo as mulheres “encalhadas”. Apesar de o filme se basear na história de uma mulher “desesperada” a procura de um homem para casar (por conta da idade, principalmente), eu o assisti até o fim com o seguinte pensamento: que linda é a vida de uma solteirona bem sucedida!
Fernanda tinha amigos, um emprego e uma vida visivelmente estável. Mas não se sentia plenamente feliz. Resumindo: foi quebrando a cara com vários homens até encontrar o amor da vida dela. E encontrou! Como todo final de filme feliz, é claro. Mas quero chegar em outra questão, a da vida de Fernanda antes do final feliz. A personagem já estava incomodada com a falta de emoção na rotina — assim como todo o pessoal na sala de cinema. Eu estava achando tudo maravilhoso.
Acredito que nada compra a independência de uma mulher com a carreira lá no topo. No mundo atual, a sociedade ainda vê o homem como o ser humano dos negócios, que sustenta a casa, a família, e o salão de beleza da mulher. Quem quiser, que chame isso de machismo. Mas lindo mesmo, é uma mulher que caminha com as próprias pernas, pede um combinado de sushi pra comer sozinha enquanto assiste a um romance, viaja com a melhor amiga para a Bahia, solta o cabelo para trocar olhares com um futuro pretendente, chega na loja e pede para a vendedora o vestido mais bonito porque naquele dia ela vai a um encontro. Ter um encontro hoje em dia, isso sim é lindo.
E assim era Fernanda, antes de seu final feliz.
A gente aprende, na faculdade, a evitar ao máximo a repetição de palavras em textos. Como podem ver, repeti duas vezes uma frase inteira. “Fernanda, antes de seu final feliz”. E foi por querer, porque é aí que quero chegar. Que o final feliz chegue para toda mulher solteira que esteja beirando a casa dos 40. Mas que o caminho até lá, não seja de completo desespero, como o da personagem. Enquanto o final feliz não chegar, que toda liberdade seja aproveitada com reconhecimento na empresa, viagens com as amigas, sushi e encontros fracassados. Mas que sejam encontros.
A independência é libertadora. E a liberdade é encantadora.
Para finanlizar, logo no início do filme, uma frase de outra obra cinematográfica não saía da minha cabeça: quando sua vida pessoal virar fumaça, quer dizer que você será promovida — do filme O Diabo Veste Prada.
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Very few people can say they’re impacting so many lives as if you are.
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